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Notícias da ADUENF

Já há algum tempo, aqueles que trafegam pela Av. Alberto Lamego, principalmente à noite, se impressionam com o prédio do Hospital Veterinário da UENF. Projetado por nada menos que Oscar Niemeyer, o sinuoso e imponente prédio representa um misto de necessidade e desperdício. Há que se pensar que construir um Hospital Veterinário é algo absolutamente aceitável, e que isto representa a evolução natural de universidades que possuam cursos de Medicina Veterinária, bem como uma determinação legal do Conselho Federal de Medicina Veterinária. Infelizmente, para fazer com que a idéia se tornasse uma realidade dentro da UENF, o governo do Estado do Rio de Janeiro, mais uma vez desastrosamente, elaborou um projeto e o colocou nas mãos de uma construtora extremamente conhecida. Porém... o caos se instalou; o prédio literalmente afundou e depois de se gastar muito dinheiro público “ressurgiu das cinzas”, na verdade, ressurgiu do Rio Paraíba do Sul.

Finalmente, depois da tortuosa e longa caminhada o “maior” Hospital Veterinário da América Latina foi inaugurado, numa correria só, uma cerimônia um tanto quanto obscura, ou quem sabe até, melancólica. Eis que se inicia a absoluta e incontestável agonia de mais um prédio público, problemas e mais problemas surgem diariamente e o desafio de administrar algo que não se consegue conduzir perdura até os dias atuais, apesar dos esforços, é como se plantasse uma mangueira na cobertura de um edifício, parece lindo, mas é absurdamente inconcebível.

Os anos vão passando, o prédio mantem seu aspecto faraônico e do mesmo jeito são as dificuldades, salas são alagadas após qualquer chuva, os vidros que compõem a parte posterior do hospital foram todos trocados, pois os que foram colocados inicialmente foram ineficientes frente à alta incidência de luz solar que comumente é observada na nossa região. Já a parte frontal do prédio vem sendo tomada por algo semelhante a uma verdadeira colônia de fungos e, muito pior que tudo isso, a parte elétrica é incompatível com o prédio, não suporta os equipamentos, não só os que foram acomodados desde a ocupação do prédio, mas como também aqueles que vão sendo adquiridos após aprovação dos mais variados projetos, fruto do trabalho dos professores. Como não se lembrar do “fabuloso” ar condicionado central, algo que simplesmente não funciona e nem tem manutenção, pois as peças necessárias não são repostas. O Hospital Veterinário é como um vulcão em atividade, quente e pronto para explodir a qualquer momento.

Apesar disto tudo, há um hercúleo esforço daqueles que por lá trabalham, para pelo menos atender a população que necessita dos serviços prestados pelo H.V. decentemente. Há que se concluir diante de tudo que foi exposto acima que CRESCER É DIFERENTE DE “FAZER CRESCER”, um planejamento sério e bem sedimentado é condição indubitável à tão sonhada expansão da UENF deve ser conquistada naturalmente. A valorização e a qualificação do material humano são imprescindíveis. Neste processo é preciso desconsiderar as promessas políticas, pois estas são mantidas pela especulação barata, pela troca de favores, e certamente nesse enredo, o que menos se preza é a dignidade.


Antonio Peixoto Albernaz, 1o vice-presidente da ADUENF.



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2 comentários:

Unknown disse...

Lamentável!! O que tinha tudo para ser um grande hospital, acabou sendo somente um hospital grande, e ponto.

Unknown disse...

Só tem uma solução para isso,Amaryllis.
Verbaaaaaaaa pública para que o ensino público mantenha sua qualidade e excelência.
O Hospital veterinário é um verdadeiro "elefante branco" dentro do campus da UENF.